A greve por reajuste salarial dos servidores públicos municipais de São Sebastião segue nesta quarta-feira (11). A decisão foi aprovada em assembleia após uma reunião entre a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião (Sindserv) e o prefeito, Reinaldinho Moreira, que não rendeu um acordo.
SindServ: Rejeição ao “Zero Por Cento” e cenário salarial crítico
De acordo com Angélica Garcia, presidente do Sindserv, a categoria enfatizou que não pode aceitar “zero por cento” de reajuste salarial sem nenhuma perspectiva. Ela destaca a urgência da revisão geral anual e a situação precária de parte do funcionalismo.
“A revisão geral anual é o mínimo que a categoria espera. Protocolamos uma pauta extensa. Temos aposentados que recebem parcela complementar para receber um mínimo Federal. Cerca de 35% dos servidores ainda recebem menos que o valor de dois salários. E com tudo aumentando drasticamente, não dá para ficarmos calados”, afirmou Angélica Garcia.
Proposta da Prefeitura e contraponto dos servidores
A Prefeitura de São Sebastião reafirmou seu compromisso com os servidores e apresentou uma contraproposta focada no reajuste dos vales, alegando crise financeira.
A administração propôs: o reajuste de 100% no vale-alimentação e 25% no vale-refeição. Esses benefícios, segundo o prefeito, seriam os “maiores do Litoral Norte”.
No entanto, o Sindserv informou que, embora os servidores aceitem a revisão dos vales, a campanha salarial 2025 não será suspensa até que haja um reajuste efetivo dos salários e demais reivindicações urgentes da pauta sejam atendidas.
O Sindserv baseia sua demanda em dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A inflação acumulada até a data-base (1º de maio de 2024 a 30 de abril de 2025), medida pelo IPCA, é de 5,53%. Contudo, a reivindicação aprovada em assembleia é de 10% de reajuste salarial, considerando as perdas acumuladas em anos anteriores sem revisão.
Histórico de mobilização e diálogo
Desde o início de abril, a categoria tem intensificado as ações da Campanha Salarial, que incluem uma paralisação e passeata em 7 de maio, ocupações na Câmara Municipal, e atos públicos com atrasos e paralisações pontuais em frente à Secretaria de Serviços Públicos (Sesep).
A presidente Angélica Garcia ressalta a adesão da categoria: “Visitamos os setores de norte a sul do município e muitos servidores vão parar. A categoria está, sim, indignada e quer cobrar na porta da prefeitura seus direitos”.
O Sindserv reafirma que permanece aberto ao diálogo com a prefeitura e à realização de reuniões em prol de avançar nas conquistas de direitos para os servidores. Caso surja uma nova proposta da administração municipal durante a mobilização, ela será prontamente colocada em votação em assembleia de urgência.
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