É falso o vídeo que circula nas redes sociais sugerindo que a prefeitura de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, teria impedido o trabalho da equipe da Defesa Civil de São Sebastião. O grupo está na região desde o dia 7 de maio para dar apoio na reestruturação do estado após a tragédia – que já é considerada a maior catástrofe climática do Brasil.
Tanto a prefeitura de São Leopoldo, quanto as equipes sebastianenses que estão no local confirmaram que não houve nenhum tipo de impedimento no trabalho. Os r esgates e o apoio técnico seguem dentro do cronongrama previsto pela Defesa Civil .
Uma força-tarefa chefiada pelo agente voluntário da Defesa Civil de São Sebastião, Waguinho Barroso, pelas ruas do município, já resgatou 14 pessoas, 64 cachorros e 16 gatos.
No sentido contrário, o narrador das imagens diz que “hoje chegou uma ordem da prefeitura para acabar com o serviço deles aqui no estado”. Enquanto isso, o homem filma viaturas da Defesa Civil estacionadas em um ponto da cidade. Porém, nenhuma prefeitura tem poder para determinar diretrizes estaduais.
O propagador da notícia falsa ainda xinga o prefeito Ary Vanazzi (PT). “Falei com a equipe e tem pessoas aqui chorando e arrumando as coisas para ir embora porque nosso prefeito é um filho da p… e está fazendo campanha política. (…) Claro que ele não ia deixar essa gente ser protagonista dos resgates hoje por que a imprensa nacional está aqui”.
Em nota, a administração reforçou que o conteúdo do vídeo é falso e que, ao contrário, agradece a prefeitura de São Sebastião. “A prefeitura de São Leopoldo não mandou nenhuma equipe de órgãos de apoio efetivo embora do município. Outrossim agradece o apoio de todas as forças de segurança, pronto-emprego e voluntários, pelo trabalho e dedicação neste momento difícil pelo qual passa a comunidade leopoldense. É hora de trabalho e união”.
Pelo menos 180 mil pessoas foram impactadas pelas enchentes e precisaram buscar acolhimento nas casas de amigos e parentes ou abrigos do poder público em São Leopoldo. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o censo de 2022 aponta que a população da cidade é 217.409 habitantes, ou seja, 82% do município está sem moradia.
No estado rio-grandense são 446 municípios comprometidos pela tragédia, 2,2 milhões de pessoas afetadas, 806 feridos, 124 desaparecidos e 148 mortes confirmadas.
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